terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Falta de chuva faz cidades brasileiras adotarem o racionamento de água


Edição do dia 09/02/2014
09/02/2014 21h54 - Atualizado em 09/02/2014 22h28


Represas que abastecem milhões de pessoas estão com níveis muito baixos. Moradora de São Paulo conseguiu reduzir consumo de água em quase 90%.

Por causa da falta de chuva e deste calorão, muitos reservatórios estão pedindo água.
Represas que abastecem milhões de pessoas estão com níveis muito baixos e o racionamento de água já é uma realidade em vários municípios brasileiros.
Nossos repórteres mostram que o momento é de fechar as torneiras e evitar o desperdício.
Dilma Pena (presidente da Sabesp):Janeiro foi o mês mais seco dos últimos 84 anos.
Fantástico: Quantos dias de chuva seriam necessários pra garantir um abastecimento confortável e nos livrar dessa preocupação?
Dilma Pena: Chuvas médias já nos resolve o problema. Precisa chover alguns dias seguidos.
Um problema que se repete Brasil afora.
Minas Gerais. Caminhões-pipa foram utilizados para levar água a uma creche, duas escolas e um hospital.
Paraná. Há rodízio no abastecimento para pelo menos 494 mil pessoas em quatro cidades.
São Paulo. As imagens fazem lembrar o sertão nordestino.
Em Campinas, desde 1930 não se via uma estiagem tão intensa nesta época do ano. O nível do rio que abastece a cidade deveria estar com três metros, em média, mas está com apenas 60 centímetros.
A prefeitura decidiu multar quem for flagrado desperdiçando água. A multa é três vezes o valor da última conta.
Na região, algumas cidades já adotaram o racionamento. Em Valinhos, são 18 horas por dia sem água, duas vezes por semana. Também já existem cortes programados em Cosmópolis, São Pedro e Vinhedo.
Nesta semana, dez cidades paulistas decidiram adotar o racionamento de água. Por exemplo, em Itu, com 150 mil habitantes, por exemplo, as torneiras ficam secas das 20h às 4h.
Na pia, a louça suja se acumula já há vários dias. Na torneira, nem uma gota. Em uma casa, a família está guardando água em baldes.
Fantástico: Heloísa, com sete pessoas em casa, como é ficar sem água?
Heloísa Silveira (dona de casa): Está uma situação insuportável. Agora, que era horário de ter água, a torneira está seca. Não aguentamos mais essa situação.
E como funciona o racionamento em outros estados?
Em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, não chove há duas semanas, por isso, desde terça-feira (4), a cidade convive com um rodízio no abastecimento de água. O racionamento vai das 8h às 16h, de terça a sexta-feira. Os níveis dos dois mananciais que abastecem Juiz de Fora estão 10% abaixo do que é considerado normal para esta época do ano.
No Paraná, em Guarapuava, Ponta Grossa, Francisco Beltrão e Assis Chateaubriand, no interior do estado, parte da população fica sem água por períodos que variam de quatro horas a um dia inteiro. Já em Curitiba e Região Metropolitana, não há rodízio, mas a água não chega aos bairros mais altos e distantes.
Como a previsão é de cerca de dez dias de muita secura, quem cuida da água que chega às nossas casas faz um apelo.
“É um momento de sacrifício. Que utilize a água, com consciência, num momento de evento crítico”, recomenda a presidente da Sabesp.
A equipe do Fantástico fez um teste na casa de uma gerente de produção de eventos, que mora na capital paulista, onde ainda não há racionamento. Aline tem dois filhos. Em um dia, foram gastos 2.175 litros.
Fantástico: Teve que lavar muita roupa, regar planta, fazer faxina e até troca a água da piscina. Aline gastou muita água hoje. Dá para gastar menos?
Aline Duda: Tem que gastar menos. É ruim a gente saber que a gente tem e, ao mesmo tempo, acaba esbanjando de alguma forma.
Fantástico: Você está disposta a tentar economizar?
Aline Duda: Vamos lá. Estou superdisposta.
Ainda nesta reportagem, você vai ver o resultado.
O principal fornecedor de água para a Região Metropolitana de São Paulo é o sistema Cantareira. São seis reservatórios. O primeiro se chama Jaguari. Fica em Bragança Paulista, a cerca de 90 quilômetros da capital.
No reservatório Jaguari, a régua costuma ficar totalmente encoberta quando a represa está cheia. Agora, ela está visível e a água está bem longe. No mês passado, choveu apenas 30% do esperado na região. O reservatório atingiu um dos níveis mais baixos desde que o sistema Cantareira foi criado, em 1973. Está com 20% da capacidade.
Depois do Jaguari, a água, ou melhor, a pouca água, passa de um reservatório para outro por túneis e tubulações.
O sistema Cantareira, que conta ainda com uma estação de bombeamento e uma de tratamento, atende cerca de dez milhões de pessoas.
Para tentar evitar o racionamento, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) está oferecendo um bônus. Quem recebe água do Cantareira e conseguir reduzir o consumo em 20%, ganha um desconto na conta de 30%.
“É uma campanha importante e que não está buscando nenhum sacrifício extraordinário da população”, avalia Dilma Pena, presidente da Sabesp.
Voltamos na casa da Aline, um dia depois de um consumo alto: mais de dois mil litros. Agora, foi tudo diferente.
"O que a gente usou de água foi com regador. Limpeza da casa foi mais passar um pano úmido. Banho curto. Ninguém ficou com sede. Todo mundo bebeu bastante água com esse calor", diz a gerente de produção de eventos.
O resultado: 271 litros consumidos em um dia, uma redução de quase 90%.
“A gente conseguiu. Então, as pessoas também podem conseguir. Talvez, a gente só perceba a importância da água quando a gente perder a água. Que as pessoas pensassem um pouquinho mesmo nisso”, comenta Aline Duda.
Fonte:Fantastico

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Reciclagem

Agora são flores mas antes eram.... pneus!
Vasos e flores feitos com pneus !

Lições de um verão escaldante



seg, 10/02/14|

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Represa Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, em Jacareí (SP), que está mais de 8 metros abaixo do seu nível de vazão devido à falta de chuvas (Foto: Nilton Cardin/Sigmapress/Estadão Conteúdo)
Este verão ainda nem acabou, mas já marcou seu lugar na História. Não apenas por ser dos mais quentes, mas por revelar o quanto ainda precisamos fazer para lidar melhor com os chamados “eventos extremos”. Vejamos algumas situações:
1) O verão mais quente das últimas décadas no Brasil (em São Paulo, foi o janeiro mais quente dos últimos 71 anos) e as ondas de frio recorde no hemisfério norte podem ser fenômenos climáticos mais frequentes e intensos daqui para frente. É o que apontam os relatórios recentes do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU). Convém conhecer melhor esses estudos e incorporá-los ao planejamento estratégico dos países.
2) Segundo o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), das 10 temperaturas mais quentes registradas no mundo no dia 31/12/2013 em todas as 4.232 estações meteorológicas acessadas pelo INPE, 9 aconteceram aqui Brasil : Joinville (SC) apareceu no topo do ranking com sensação térmica de 57ºC. O Rio de Janeiro ficou em segundo com 51ºC. Estamos efetivamente inseridos na geografia dos eventos extremos e essa não é uma boa notícia. Importa fazer chegar essa informação aos tomadores de decisão.
3) Desde 2009, todos os picos de consumo de energia no Brasil vêm acontecendo na parte da tarde (entre 14h39 e 15h41) e não mais no início da noite. Essa mudança de padrão é atribuída ao uso intensivo de aparelhos de ar-condicionado e ventiladores para enfrentar o calor no momento mais quente do dia. Como boa parte desses equipamentos desperdiça energia, é preciso exigir dos fabricantes padrões mais elevados de eficiência desses e outros produtos, que precisam ser certificados de acordo com os mais rigorosos protocolos. Não fazer isso significa premiar o desperdício.
4) Verão de calor intenso combinado com falta de chuva ameaça o abastecimento de água nas cidades e a produção de energia a partir das hidrelétricas. Quando o nível dos reservatórios cai, as companhias de abastecimento oferecem descontos para quem economiza água e organizam racionamentos escalonados. É o que se espera delas. Já no setor elétrico, “economia” e “racionamento” de energia são palavrões. Desde o apagão de 2001, sucessivos governos se esmeram em garantir toda a energia de que a população necessita, sem qualquer orientação em favor do consumo consciente ou da eficiência energética. Fontes do governo me confirmaram que o entendimento prevalente é o de que ações nesse sentido poderiam ser confundidas como sinais de fraqueza de quem não consegue eliminar por completo o risco de apagões e que, por isso, “pede ajuda à população”. Um absurdo completo.
5) Diversificar a matriz energética é algo importante e urgente. Mas o Brasil ainda derrapa na execução de projetos. É o que o acontece, por exemplo, com a energia do vento. O país já soma 144 parques eólicos prontos, mas 48 deles não estão ainda interligados ao sistema por falta de linhas de transmissão. Seriam 1.265 megawatts a mais, o suficiente para abastecer Salvador durante um mês. Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica, 12 destes parques entram em operação este mês e outros 16 em março. Até lá, nos viramos com o que temos. Em relação ao futuro, a própria ANEEL admite que dos 42.750 MW de projetos outorgados de várias fontes (hidrelétricas, térmicas, eólicas) para entrar em operação entre 2014 e 2020, 6.455,1 MW (15% do total) simplesmente não têm previsão para entrar em operação por problemas diversos. Esses projetos que ninguém sabe dizer quando estarão concluídos produziriam energia para quase 26 milhões de pessoas.
6) Já se foi o tempo em que os reservatórios cheios de água garantiam o consumo de energia do país por até três anos seguidos sem chuvas. Hoje isso não passa de 5 meses. Desde a década de 1990 tem sido mais fácil licenciar e construir hidrelétricas sem barragens, com menos áreas alagadas e impactos ambientais. Entretanto, sem novos reservatórios de grande porte, o Brasil perdeu a capacidade de estocar água da chuva como fazia antes. Ficamos mais vulneráveis e abrimos caminho para as fontes sujas, que são mais caras e poluentes. Neste verão sem chuvas, o ONS autorizou a compra de 11.500 MW de energia das termelétricas, que é quase o que produz uma Itaipu (14.000 MW). Pergunta-se: sujar desse jeito a matriz energética seria a única alternativa que temos para compensar a perda dos reservatórios? Não teríamos outras opções menos impactantes para o bolso e o meio ambiente?
7) No país campeão mundial de água doce, a hidroeletricidade continua sendo uma vantagem estratégica. Mesmo não sendo mais possível construir usinas com grandes reservatórios por conta dos impactos ambientais, o potencial estimado de produção é de 250 mil megawatts. Hoje exploramos apenas um terço disso (80 mil MW). O horizonte de investimentos aponta para as bacias hidrográficas da Região Amazônica. Um relatório da Coppe/UFRJ financiado pelo Banco Mundial indica que as maiores usinas hidrelétricas em construção hoje no país (Jirau, Santo Antônio e Belo Monte) podem não produzir toda a energia prevista porque foram planejadas levando-se em conta a média das chuvas das últimas décadas. Só que o padrão de chuvas está mudando. Já não está na hora dos tomadores de decisão levarem mais a sério esses estudos que medem a mudança do ciclo das chuvas?
8 ) Há quase dois anos o Brasil decidiu acertadamente regulamentar a microgeração de energia, ou seja, deu sinal verde para que qualquer cidadão pudesse produzir energia em pequena escala, desde que de fonte limpa e renovável, interligado à rede de distribuição. No final do mês, a conta de luz traria em valores monetários a diferença entre o que o cidadão gerou para a rede e o que consumiu da rede. Dependendo do que for gerado, é possível obter excelentes descontos ou até não pagar mais a tarifa de luz. A intenção da medida era estimular as pessoas a participarem ativamente da geração de energia reduzindo os custos do governo com grandes usinas e linhas de transmissão. Só que os Estados decidiram cobrar ICMS sobre essa energia gerada a partir do esforço de cada cidadão. Apenas Minas Gerais e Tocantins abriram mão desse imposto abusivo e imoral. Dependendo da distribuidora de energia, cobram-se ainda PIS e COFINS. É assim que se mata uma boa ideia.
9) Precisamos incorporar ao planejamento urbano o conceito de “cidade resiliente”, ou seja, aquela que se protege de maneira inteligente das mudanças climáticas. É a agenda da “adaptação”. Se as mudanças climáticas já estão ocorrendo, é preciso prevenir tragédias e desastres com investimentos pontuais em setores estratégicos. O desconforto térmico causado por temperaturas elevadas pode ser atenuado com mais áreas verdes, menos “ilhas de calor”, mais áreas disponíveis para o banho seguro com a despoluição de praias/rios e lagoas e estímulos a construções sustentáveis (greenbuilding) nais quais se explore ao máximo sistemas de ventilação cruzada, telhados verdes e outras técnicas que atenuam o desconforto térmico.
10) Eventos extremos como esse merecem respostas rápidas das autoridades. É preciso definir novos protocolos de emergência quando a temperatura subir muito, orientando a população a eventualmente não sair de casa em certos horários ou mesmo dispensando a necessidade de seguir para o trabalho. A sensação térmica de aproximadamente 50ºC levou a Secretaria de Educação de Santa Catarina a adiar o início das aulas nesta semana de fevereiro em vários municípios. Diversos órgãos públicos pelo Brasil já dispensaram o uso de paletó e gravata de seus funcionários. No Rio de Janeiro, servidores municipais foram autorizados a usar bermudas até o joelho. O benefício alcançou também os motoristas de táxi. No caso dos motoristas de ônibus, a liberação depende de cada empresa. No futebol, a parada técnica para hidratação dos jogadores é respeitada em alguns campeonatos estaduais. No Rio, entretanto, isso não é o suficiente para aplacar o desconforto dos jogadores que disputam partidas no estádio de Moça Bonita, em Bangu (um dos lugares mais quentes do Brasil) às 17h, horário de verão. Como se vê, precisamos avançar muito na direção de uma sociedade que responda com inteligência aos chamados eventos extremos.

Descubra por que os pássaros das cidades estão usando bitucas de cigarros na construção dos ninhos


Isso parece meio doentio. Os pássaros das grandescidades tem aproveitado as bitucas jogadas no chão pelas pessoas para complementar o material usado na construção de seus ninhos. Os ecologistas descobriram que os pássaros tem substituído a vegetação por bituca com o objetivo de manter os parasitas afastados.
 Os pássaros são conhecidos por tecer os seus ninhos com vegetação rica em compostos que afastem parasitas. As folhas de tabaco, por exemplo, possui substâncias químicas capazes de repelir artrópodes como ácaros e insetos. Seguindo este mesmo instinto, os pássaros das grandes cidades tem buscado a mesma proteção com as bitucas de cigarro.
 Ecologistas fizeram testes com ninhos de 27 Passer domesticus (pardais) e 28 de Carpodacus mexicanus  usando luz para atrair os artrópodes. Alguns ninhos receberam bitucas de cigarro e outros receberam cigarros que não foram fumados ou acesos. Os ninhos ornamentados com cigarros que não foram acesos apresentava muito mais parasitas do que os ninhos com bitucas. As bitucas são mais ricas em nicotina e isso faz pensar que os pássaros descobriram que as bitucas de marcas mais ricas em nicotina são mais eficientes paraproteger seus ninhos contra parasitas. Isso é incrível!
 Ainda não se sabe se este comportamento pode desencadear alguma doença aos pássaros devido aos agentes cancerígenos presentes nos cigarros.
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Fonte: Nature

Boa noite

Vamos voltar a ativa !

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Vídeo emocionante mostra a reação do primeiro contato de um bebê com a chuva

O Green Nation acredita que o contato com a natureza pode ser uma das melhores experiências, tanto para o corpo, quanto para a mente. Acreditamos também que quando esse aprendizado vem de berço, um mundo melhor deixa de ser uma possibilidade e passa a ser uma certeza. É por isso que estamos postando esse vídeo, da pequena Kayden, uma menininha de 15 meses (na época do vídeo, no final do ano passado) que decide se arriscar pela primeira vez a levar um banho de chuva, e acaba nos mostrando como é um verdadeiro momento de felicidade genuína. Veja abaixo:
 

Fonte:
Redação Green Nation

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

UFPA terá Mestrado Profissional em Recursos Hídricos

UFPA


A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) aprovou a criação do Mestrado Profissional em Recursos Hídricos da Universidade Federal do Pará, o qual será instalado no Instituto de Geociências, no qual já funcionam três programas de pós-graduação stricto sensu e um programa de pós-graduação lato sensu. Esse novo programa, em fase de estruturação e, em brev,e será apresentado para aprovação do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) da UFPA, tem previsão de iniciar atividades acadêmicas a partir de agosto de 2014.
Projetos, incentivos e parcerias - Este é o primeiro programa estruturado, especificamente, para tratar a temática dos recursos hídricos na Amazônia, tendo sido a sua criação estimulada pelo Banco Mundial e pela Agência Nacional de Águas (ANA). “O fato de nós não possuirmos, até então, na região, nenhum programa de formação de recursos humanos e de desenvolvimento de pesquisas e serviços técnicos nessa área dificultava a contratação de projetos de pesquisa de longo prazo e a transferência de incentivos financeiros e o estabelecimento de parcerias, justamente pela inexistência desses vínculos institucionais”, esclarece o professor da Pós-Graduação em Geologia, Francisco de Assis Matos Abreu, indicado para ser o coordenador do programa.
Essas parcerias, que já vinham sendo buscadas no Brasil e no exterior, poderão ser, agora, viabilizadas em um processo dinâmico que visa agregar ao programa a participação de instituições acadêmicas e não acadêmicas, com vistas a desenvolver projetos que tenham uma maior interação com o setor produtivo e de serviços.
Linhas de pesquisa – Duas linhas iniciais de pesquisa sustentarão as ações acadêmicas , de pesquisa e serviços, nesse novo programa: a Hidrogeologia Clássica, em que pontuam, de forma destacada, os geólogos; e a linha de pesquisa em Planejamento, Gestão e Manejo de Bacias Hidrográficas, aberta à participação de engenheiros, economistas, sociólogos, entre outros, no entendimento de que o tema recursos hídricos contempla um tratamento holístico.
Portfolio - O professor Francisco Abreu explica que o portfolio de Projetos de Pesquisa, em concepções bastante avançadas, incluem: os estudos sobre o Sistema Aquífero Grande Amazônia, um enorme potencial de mais de 160.000 km³ de águas subterrâneas, que representam cerca de 84% das águas amazônicas, complementadas por 8% de águas superficiais e 8% de águas meteóricas; as interações entre água e floresta, cuja dinâmica promove a transferência de cerca de 8 quatrilhões de litros d’ água, por ano, para a região meridional da América do Sul - água que sustenta o PIB agropecuário do Brasil (que, hoje, é de mais de 350 bilhões de dólares) e cerca de 70% do enchimento dos reservatórios das hidrelétricas do sul e sudeste do Brasil; as questões de abastecimento de água para uma população do nordeste paraense, atualmente, cerca de 3,7 milhões de pessoas, das quais, cerca de 75% estão em aglomerados urbanos.
Importância – De acordo com o pesquisador, para se avaliar a importância dessas pesquisas em uma Amazônia onde a água é sempre tratada como um bem abundante, pode-se tomar como exemplo a cidade de Belém. “A região metropolitana tem 2,5 milhões de habitantes, existem cerca de 30 mil poços particulares nessa área, nos quais, a média de contaminação é de 80%”, diz ele. “Isto significa que 600 a 700 mil habitantes de Belém estão em risco, consumindo água de baixa qualidade, apontam estudos realizados pela Pós-Graduação em Geologia da UFPA, mostrando que este é apenas um dos diversos motivos pelo qual a questão dos recursos hídricos precisa do devido reconhecimento.”
O curso não é somente uma vitrine de pesquisas, mas também de divulgação das questões da água, não vista só como efeito contemplativo, mas como motor dinâmico da economia, explica Francisco Abreu, e daí decorre a sua importância maior para a região.
Escolha pelo Mestrado Profissional- “Estamos tentando, há alguns anos, chamar a atenção para a importância desse bem – as águas amazônicas, o qual só recentemente começa a merecer a atenção das autoridades competentes, seja na UFPA, seja além dos muros acadêmicos. Escolher o Mestrado Profissional é intencional, na medida em que se busca disponibilizar alternativas de formação para um segmento de profissionais, que, via de regra, não são contemplados nos programas de cunho acadêmico, com pouca preocupação com as questões do ambiente empresarial, dos serviços e das consultorias técnicas. “Quem está no mercado não possui a oportunidade de fazer um programa regular”, completa Francisco Abreu. “O novo curso tenta buscar a discussão de temáticas que são próprias do mundo profissional, trazendo uma flexibilidade maior de produção de conhecimento não, necessariamente, acadêmico”.
Nos programas de especializações do Instituto de Geociências, os quais funcionam há pelo menos duas décadas, o tema Recursos Hídricos e Meio Ambiente já vem sendo tratado com frequência, mas, agora, ele ganha uma importância maior, ao ser elevado ao nível da pós-graduação stricto sensu, em seu primeiro patamar, o  Mestrado Profissional.
Texto: Yuri Coelho – Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: Alexandre Moraes, Karol Kaled e Laís Teixeira
Fonte UFPA